Crime na adolescência – por Milton Bigucci

Crime na adolescência
por Milton Bigucci – 20 de outubro de 2009

O Brasil tem a quinta maior taxa do mundo (numa lista de 83 países) de homicídios de adolescentes entre 15 e 24 anos de idade, ultrapassando em quase o dobro a taxa de homicídios da população total.

Muitas destas mortes estão relacionadas com o tráfico de drogas. A miséria também é motivo de violência. Mais de 40% da população vive abaixo da linha de pobreza. Nas classes média e rica também há a criminalização.

Em geral, é uma morte de jovem a cada três horas. Os motivos são os mais variados possíveis. A namoradinha que olhou para o outro, as gangues dos morros, o colega que humilhou o outro, a briga no trânsito, o álcool sempre presente, os motivos mais fúteis e banais.

E o que se faz para tentar melhorar esta situação? Mais de 40% da população brasileira é jovem. São necessárias políticas públicas para o jovem.

Primeiro, se faz pela educação. Dentro de casa com o respeito à família, na sala de aula com os professores e na solidariedade com os amigos. Exigir que os alunos respeitem os seus mestres, sem apoiá-los quando cometerem qualquer ato de indisciplina.

Segundo, é com o estímulo ao trabalho e ao empreendedorismo, reduzindo ou eliminando os encargos sociais na mão de obra do adolescente para que ele tenha mais empregabilidade. Aqui cabe bem “cabeça vazia, oficina do diabo”.

Onde não existe disciplina não se consegue moldar o ser. Podem ver que os crimes estão sempre onde não há regras a serem cumpridas. Tolerância zero é um bom caminho para aculturar.

A liberalidade sem responsabilidade traz péssimos resultados.

O jovem tem que ser criado em um ambiente com normas. Só assim os bons resultados aparecerão. Enquanto não houver a penalização, os pequenos castigos, um bom diálogo  não haverá solução.

O Brasil tem 190 milhões de habitantes. Em 1960 éramos 70 milhões, em 1980, 119 milhões, em 1991, 155 milhões. Crescendo com essa velocidade, as políticas públicas para o jovem deveriam ser aplicadas com rapidez. Caso contrário, a tendência é aumentar o número de homicídios entre os jovens. Estamos a caminho do primeiro lugar. Infelizmente.

 

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