As Olimpíadas e as Febens – por Milton Bigucci

As Olimpíadas e as Febens
por Milton Bigucci – agosto de 2008

Os números mostram que os gastos públicos com os adolescentes que praticam crimes ou contravenções penais são elevadíssimos e bem maiores do que os gastos com o desenvolvimento esportivo dos jovens brasileiros.

As findas Olimpíadas de Pequim, neste agosto de 2008, mostraram novamente para o mundo que quem investe nos esportes tem a recompensa. A China, com 51 medalhas de ouro, e emergente como o Brasil, país em ascensão no mundo econômico, investiu nos esportes e foi a campeã nos jogos. O Brasil, infelizmente, com algumas medalhas de prata e bronze, continua na mesma toada, com pouquíssimas medalhas de ouro (três) graças a alguns poucos abnegados heróis.

Um menino de Santa Bárbara d’ Oeste, interior de São Paulo, Cielo, que se mudou para os EUA e ficou três anos aprendendo e treinando, ganhou os 50m na natação, com ótimo índice olímpico. Uma jovem mãe de família de São Carlos, interior de São Paulo, Maurren Maggi, ganhou do mundo todo dando um “pulão” de 7,04m de distância, graças ao seu esforço, superando mil obstáculos e sendo a primeira mulher brasileira a ganhar individualmente um ouro olímpico. Parabéns ao interior de São Paulo pelas duas medalhas individuais. Nossa terceira medalha de ouro foi de uma aguerrida equipe feminina de vôlei, que lutava há várias olimpíadas para ganhar.

Parabéns a esses (as) heróis (nas).

Nos parece no entanto parece, muito pouco para um país que tem 190 milhões de habitantes. Os investimentos públicos nos esportes, na base, nos clubes esportivos são muito baixos. Os custos de um menor infrator nas Febens, ou qualquer outro nome que se dê pelo país afora, são infinitamente superiores para reeducá-los, sem resultados satisfatórios.

Será que se a criança ou o jovem brasileiro recebessem mais incentivos, nas escolas ou em centros de convivência esportiva, os resultados esportivos e sociais não seriam outros?

Não só para ganhar Olimpíadas mas também para ajudar o jovem prevenindo-o contra o mundo de violência, educando-o com mais espírito de solidariedade, com mais garra e respeito ao próximo, enveredando-o pelo mundo dos esportes.

Foram 204 países que participaram das ultimas Olimpíadas. Por que não aprendemos um pouco com todos, cada um com sua individualidade, como fazer para melhorar a nossa cultura, o nosso preparo, a nossa competência, para melhorar este país.

O jovem brasileiro agradeceria muito.
Com certeza não seriamos premiados apenas no esporte, pois a maior vitória seria no campo social.

O esporte, ao lado do trabalho e o estudo é o melhor caminho para a educação de um jovem. É o melhor caminho para termos mais heróis.

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