Álcool é droga? – por Milton Bigucci

Álcool é droga?
por Milton Bigucci – 6 de maio de 2011

Em abril assisti ao “Profissão Repórter” comandado pelo excelente Caco Barcellos, nosso amigo, lateral direito de futebol veterano, mostrando o problema do álcool na juventude brasileira. Programa excelente e educativo, que infelizmente passa no horário das 23h às 24h, pois antes há as “educativas” novelas no horário nobre.

Fiquei estarrecido com as cenas em que jovens se embebedam nos bares, perto das faculdades e depois saem dirigindo os seus veículos. Normalmente não é só cerveja, mas álcool com groselha, destilados, enfim misturas que narcotizam. Alguns pais, entrevistados, infelizmente acham tudo isso normal, dizendo que é assim mesmo, coisa de jovem. Lamentável, pois cada vez mais, os acidentes às sextas-feiras e aos sábados à noite aumentam, trazendo a dor às famílias. E o pior, cada dia mais cedo o jovem começa a beber. Não pensem que essa atitude é privativa do jovem homem, cada dia mais, jovens mulheres também se entregam ao álcool, aumentando o risco de dependência na fase adulta.

Acidentes como nunca antes se viu. O neto de um amigo meu, estava são, veio de carona, 3 horas da manhã, com um outro jovem (“de fogo”). Bateu de frente. O menino (19 anos) está no hospital há seis meses, paralisado, paraplégico e sem falar.

Imaginem o sofrimento dessa família, vendo esse jovem na cama, paralisado. Não bebeu, porém estava em um carro dirigido por um jovem que bebeu. Deu no que deu.

Infelizmente, embora haja leis que proíbam a venda de bebida alcoólica a menores, não há fiscalização. Faça você o teste. Mande um menor comprar bebida alcoólica ou ir a um bar e constatará o que estou dizendo. Em 90% dos casos a bebida é vendida. Não há punição a essa ilegalidade. Vocês se lembram quando as violações de trânsito não eram levadas a sério e as multas eram de pequeno valor, ninguém respeitava semáforo ou velocidade.  Hoje, com a perda da carteira de habilitação e as multas com valores altos, as normas se tornaram mais rígidas e mais seguidas.

É como a venda de bebidas alcoólicas na beira das estradas, proibida, porém por falta de fiscalização, não cumprida. Não se fala mais nos bafômetros e se o cidadão infrator não quiser, não será submetido ao teste.

Voltando aos jovens, assim como existiram as campanhas contra o tabagismo, com sucesso, deveria ser implementada campanha educativa e de conscientização dos jovens, mostrando o mal que o álcool traz, além, obviamente, de uma fiscalização mais atuante (com multas e até lacração) nos bares,danceterias e no trânsito.

Trata-se de saúde pública, cabendo ao governo defendê-la e aos pais não compactuarem com esse mal chamado álcool. Não prego, ser abstêmio, mas que se coíbam os excessos.

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