A construção civil em 2011 e 2012 – por Milton Bigucci

A construção civil em 2011 e 2012
por Milton Bigucci – 21 de dezembro de 2011

 O ano de 2011 foi positivo para a construção civil. Lançamentos e vendas foram bem. No último trimestre, as empresas e o mercado, puseram o pé no freio, por causa das influências pessimistas da crise europeia.

Graças a bases sólidas institucionais e boas normas reguladoras o mercado tem sido otimista. O instituto da Alienação Fiduciária, no lugar das burocráticas hipotecas, reduziu a inadimplência em 2011para apenas 1,4%. Na época das hipotecas era em torno de 10%.

O crédito imobiliário representa 5,4% dos créditos dos bancos, já ultrapassando o financiamento de veículos, porém ainda é pequeno (4,6% do PIB) se comparado a outros países como o México, por exemplo, (12,5% do PIB). Há recursos para financiamento como nunca houve. Só em 2011 os financiamentos chegaram a R$ 80 bilhões e o FGTS a R$ 30 bilhões, sem considerar os dois últimos meses. No ABC só a Caixa Econômica Federal financiou mais de R$ 1 bilhão, até setembro de 2011. São números excelentes com recordes absolutos.

A restrição de verticalização em algumas cidades só terá efeito daqui dois anos. Esses limites de altura não podem baixar o crescimento natural das cidades. O adensamento nos grandes centros metropolitanos no mundo é uma tendência, evitando o deslocamento das pessoas da periferia para o centro e vice-versa. Função casa trabalho. A habitação popular deve ser incentivada com subsídios.

A construção civil gera emprego, renda e habitação. Cumpre o seu papel. O que falta ao longo destes anos, é aplicar verbas públicas em transporte coletivo. Não podemos combater as fábricas de autos porque prejudicam o trânsito. Nem a construção civil por produzir habitação. Pelo contrário, devemos incentivá-las e planejar melhor.

Para 2012 os preços dos imóveis novos deverão ficar estáveis. O preço de terreno não baixa, a mão de obra também não (nunca o empregado da construção civil ganhou e produziu tanto). No material pode haver alguma queda (no Brasil, o preço do concreto, por exemplo, é quase o dobro do que nos EUA). A burocracia continua forte e encarecendo o imóvel e os tributos afetam, e muito, o custo da obra. Precisam ser revistos.

O mercado residencial está atendendo o mercado, caminhando cada vez mais para a média e baixa renda.

O mercado de escritórios tem muito potencial de crescimento nas regiões metropolitanas. A taxa de vacância em São Paulo está em torno de 3,1%, nos EUA é 16%. Os preços estão por volta de R$ 50 à R$ 120 o metro quadrado de locação. Há mais de 20% de casos de pré-locação, isto é, antes do habite-se, mostrando a procura.

Lastreado em bases sólidas o mercado imobiliário, após um período de acomodação, voltará a crescer. Esse ajuste necessário é salutar para o bom desenvolvimento.

Um excelente 2012 a todos.

 

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