A culpa é nossa – por Milton Bigucci

A culpa é nossa
por Milton Bigucci – 19 de fevereiro 2010

A arte de educar os filhos tem vários modelos. Não existe o clichê padrão, nem mesmo dentro da mesma casa, com os vários filhos. Para cada um deles uma fórmula diferente pode ser melhor. Apenas o básico da educação pode ser a mesma fórmula. Um filho é mais teimoso, o outro é mais quieto, outro é mais alegre etc.

E assim se vai para a adolescência. O que temos a fazer é cobrar o básico e o restante, respeitando a sua individualidade, é educá-los de acordo com os tempos atuais. De nada vale ficar comparando “no meu tempo não era assim”. Ora, o nosso tempo já foi, agora é o deles. Uma adolescente não podia estar fora de casa após as 22 horas. Hoje, elas saem de casa depois das 23 horas. Antes, o sexo só no casamento, hoje… Está tudo errado? Não. Nós é que estamos fora da moda, ultrapassados.

Há mais desvios de comportamento? Sim. É próprio da liberdade atual do jovem. O que existe hoje, como os pais trabalham, é uma transferência de responsabilidade para os avós, a babá ou a professora. Esta mudança de responsabilidade cria os conflitos entre os pais e os filhos.

Sempre que possível os pais e os filhos deveriam estar juntos, mas na vida moderna, como tenho dito, esse tempo é curto e quanto mais curto pior ficará o relacionamento das famílias. As drogas e o álcool são o caminho para a desagregação.

O caminho dos jovens está na escola e no trabalho, e em especial no seio da família. Como é gostoso ter um pai ou uma mãe que lhe auxilia na hora de fazer uma lição. O jovem, embora não diga, ficar-lhe-á eternamente grato. A família não pode se desintegrar. O jovem não pode ficar distante dos pais. É preciso muita compreensão dos mais velhos.

Eu acho que a solução depende mais de nós, mais velhos, que dos jovens. Acho às vezes que somos donos da verdade, aliás quase sempre. Temos que entender os jovens sem penalizá-los. Se a repreensão é justa ok, o que não pode é sempre ter repreensão. E os elogios para elevar a autoestima do jovem? Temos que ser seus heróis e não seus repressores.

Se os jovens nos virem como “quadrados” cabe a nós provar-lhes, com sabedoria e exemplos, onde eles estão certos ou errados. Um exemplo vale mais que mil palavras. O jovem não pode nos ver sem amor ou respeito. Cabe a nós ensinar-lhes a cultuar esses dons.

Séculos e séculos passarão e sempre haverá conflitos entre jovens e velhos, mas cabe a nós reduzir essas lutas, através do amor, da família e de Deus, sempre com bom senso.

Vamos refletir sobre o que estamos fazendo para melhorar os nossos filhos e netos, nossa família e o mundo que nos cerca.

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