Um vício benéfico – por Milton Bigucci

Um vício benéfico
Por Milton Bigucci – 15 de julho de 2014

Diz o ditado popular: “O Brasil é o país do futebol.” E é mesmo!

Há mais de 70 anos fui picado pela “mosca azul” do futebol. Não sai mais. Fui criado jogando e assistindo futebol, por isso acho que ele fez e faz parte da minha vida até hoje. Uma semana sem bola não é a mesma. É triste.

Além do trabalho, o futebol é para mim uma escola de vida. É um ritual no qual você aprende a conviver com gente, respeitar colegas, seguir normas e horários, ser disciplinado e ser feliz, e isto se aplica à vida profissional, social e familiar.

Segundo Fernando Pessoa: “O homem é do tamanho dos seus sonhos” e para mim, o futebol faz parte desse sonho. Adoro futebol. Até 2011 estava disputando os torneios de futebol sub-70. Hoje já subi de categoria. Estou na sub-75. Imaginem sete décadas de observação e participação.

Apesar da paixão do brasileiro por este esporte, fui pesquisar e percebi que há poucos livros em nosso país sobre o assunto. Tudo isso me motivou a escrever o livro “7 Décadas de Futebol”, lançado dia 25 de junho de 2014, no Museu do Futebol (Estádio do Pacaembu, em São Paulo), com a presença de mais de 400 pessoas.

Ao fazer a bola rolar no campo da literatura, tive como meta também incentivar o jovem e o idoso, mostrando-lhes que tudo é possível. Basta querer. Mesmo que não seja um craque dentro de campo, quem joga futebol aprende a conviver com amigos e adversários. E as histórias que conto no livro incentivam exatamente isso:  sentimentos de cidadania, respeito e humildade, bem como a inclusão social. Afinal, como eu sempre defendi: o futebol é a solução social contra a violência.

Adoro viver, sou otimista e sou família sempre. Trabalho muito e detesto injustiças. No futebol encontrei, ao longo da minha vida, um vício benéfico, uma válvula de escape, saúde e alegria. Este é o meu sexto livro e foi o mais gostoso de escrever. Permeei as histórias sobre o futebol com alguns fatos que marcaram a minha vida familiar, profissional, escolar, de amizades e relacionamentos.

Tive ainda o grande prazer e a oportunidade de publicar neste livro a experiência de vida de 17 atletas e profissionais famosos, incentivando a juventude para o caminho do esporte e do bem, são eles: Careca, Cléber, Clodoaldo, Denilson, Dudu, Edmilson, Flávio Prado, Luizão, Neto, Orlando Duarte, Oscar, Oscar (mão santa), Oscar R. Godoi, Palhinha, Paulo Sérgio, Raí e Zagallo.

A renda líquida obtida com a venda do livro, tradicionalmente como fiz nos cinco livros anteriores, foi revertida para entidades beneficentes (Lar Escola Pequeno Leão, em São Bernardo do Campo, Projeto Ampliar/Secovi, em São Paulo; e CENHA – Centro Educacional Nossa Senhora da Penha, no Tatuapé-SP). Aos atletas e profissionais depoentes do livro coloquei à disposição de cada um 50 exemplares gratuitos para doarem às entidades sociais as quais eles prestam serviço ou quiserem beneficiar, pois este livro também foi escrito com o objetivo de ajudar.

O prefácio foi escrito pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que é escritor, dinâmico e um grande incentivador do futebol e dos esportes em nosso país. Suas palavras estão aqui descritas na íntegra:

O Vício do Futebol

Prorrogue o seu prazo de validade”, diz Milton Bigucci, aos 72 anos, com bom humor e sabedoria, neste livro que pode ter muitos nomes e interpretações, mas é sobretudo uma declaração de amor ao futebol como poucos podem fazer. Para este aficionado, o jogo já dura sete décadas e ele continua a correr atrás da bola, não importando a idade nem o joelho estropiado, daí sua autoridade para recomendar a prática de esporte como um caminho da longevidade.

De origem humilde, contada como uma história de Charles Dikens, trabalhando desde os nove anos de idade, na época em que pegar no batente cedo era motivo de orgulho aos que precisavam, Bigucci tornou-se um empresário bem-sucedido e impetuoso autor de livros. Mas é o futebol que faz a sua vida. Ainda joga ao menos duas vezes por semana, para assombro dos que o veem movimentar-se com agilidade e correr os dois tempos do jogo – sem cansar nos famosos quinze minutos dos veteranos.

Desde que na mais precoce infância começou a jogar bola nas ruas de terra e a seguir nos areais da várzea, nos gramados de clubes importantes da região do ABC e da capital paulista, Milton Bigucci escalou no futebol um time de amigos que ainda hoje participa de partidas beneficentes ou simples peladas, às vezes na companhia de craques que passaram pela Seleção Brasileira. Em todo lugar em que esteve, procurou um meio de jogar futebol, até na Rússia. Como era de se esperar, tem um campo em casa. Gaba-se de ter marcado mais de mil gols. Sete Décadas de Futebol é obra, como o próprio autor adverte, para quem gosta do jogo da bola com os pés, e tem a peculiaridade de interessar-se por pormenores só apreciados pelos viciados, mas ele logo pondera: ‘É um vício benéfico.’

 

 

 

 

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