Um novo país – por Milton Bigucci

Um novo país
por Milton Bigucci – 13 de outubro de 2015

 

O mercado imobiliário do Brasil está em baixa há meses, em função da crise política e econômica que nos assola. A todos.

As indústrias dos outros segmentos dando férias ou demitindo colaboradores, os empresários desestimulados, o dólar em alta, a sociedade com medo do desemprego e os juros aumentando como há muito não víamos. É o lado negativo.

No entanto, há o lado positivo. De 2010 a 2013 mais de 4 milhões de pessoas se casaram ou se uniram e precisam de moradia. O nosso déficit habitacional já está em torno de 9 milhões de moradias. Só de divórcios no país temos perto de 1 milhão, o que aumenta o déficit, pois há necessidade de moradias para os separados.

Temos que lutar juntos para que o positivo prevaleça sobre o negativo. Se os governantes ajudarem e o Congresso também, vamos reagir. O empresário está sem incentivo e desanimado. Está difícil, porém não podemos entregar os pontos. Somos mais de 200 milhões de pessoas que têm de viver, trabalhar, produzir e morar. Não adianta só falar mal dos governos. Tudo isso já sabemos. Temos de acabar com o entulho burocrático, legal e tributário que amarram a atividade econômica.

O que podemos fazer para ajudar na solução? Essa pauta teria de vir para nós de cima para baixo. Não basta aumentar impostos e deixar as despesas públicas sem grandes cortes. Qualquer imposto que for criado ou aumentado é a população que vai pagar.

Primeiro, o exemplo tem de vir de cima. Vai se mexer em questões que politicamente são difíceis? Eleitores apadrinhados?

Os governos e políticos precisam saber o que querem, manter o voto futuro ou consertar o Brasil?

Acabei de chegar dos EUA e vi milhares de “velhos” trabalhando e felizes. Não tem essa de que idoso não deve trabalhar. Todos devem fazer alguma coisa útil. O “velho” gosta de se sentir útil. Temos de aproveitar essa experiência.

Precisamos mudar a cultura do “receber de mão beijada”. Todos devem produzir, exceção feita aos doentes e crianças até 14 anos. O cidadão, por mais pobre que seja, desde que são, deve trabalhar para dar valor ao que ganha. Como disse o vencedor do Prêmio Nobel da Economia de 2015, o inglês Angus Deaton: “Os pobres precisam de governos que os guiem.” Não é dando que se ensina.

Não seria o caso de o governo criar empregos públicos ou privados em vez de dar bolsas? Seria mais econômico que os bilhões gastos sem retorno. Estamos perpetuando a miséria.

Talvez essa cultura demore décadas, mas precisamos começar a criar um novo país onde todos trabalhem. O momento é propício.

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