Turquia e Dubai, sem estresse – por Milton Bigucci

Turquia e Dubai, sem estresse
por Milton Bigucci – 9 de junho de 2010

Contra o estresse e a favor de novos conhecimentos.

Há poucos dias visitei, com a esposa, a Turquia e Dubai nos Emirados Árabes, e voltamos impressionados com o que observamos. Apenas 12 dias de viagem.

Nunca vi tanto turista. Mais de 2 milhões por ano em Istambul na Turquia, cidade com 12 milhões de habitantes, com apenas 3% do seu território na Europa e 97% na Ásia. Muçulmanos são 99%. Só em Istambul há mais de 2 mil mesquitas.

Há uma ponte estaiada em Istambul (Ponte Ataturk) com 1.560 metros de extensão, ligando os dois continentes. A lira turca, moeda local, vale mais que o real. Para cada uma lira turca é preciso R$ 1,30. Pareceu-me um país em franco desenvolvimento. O Alex, ex-Palmeiras e ex-Cruzeiro, é o jogador estrangeiro mais famoso do país. Joga no Fenerbahce.

A Mesquita Azul, a maior de todas, com seus seis minaretes, a igreja de Santa Sofia, obra-prima da arquitetura, e o Grande Bazaar com 3,5 mil lojas, 15 mil comerciantes e 84 ruas internas, recebem milhares de pessoas, diariamente. Nós brasileiros, viveríamos bem nessa cidade, de povo alegre, alimentação parecida com a nossa, legumes e frutas à vontade e costumes bem adaptáveis.

Ankara, a capital, é moderna e recheada de lindos prédios públicos.

A Capadócia, no interior da Turquia, precisa ser visitada, com suas cavernas de basalto, outrora habitadas pelos hititas, suas cidades subterrâneas escavadas até nove andares no solo e o maravilhoso passeio de balão sobre essas cavernas, que precisa ser feito. Fizemos o passeio durante uma hora.

Depois fomos a Dubai, nos Emirados Árabes, totalmente de religião muçulmana, quatro horas e meia de voo de Istambul. Ficamos doze horas no aeroporto sem poder entrar em Dubai. Ou sair. Não tínhamos visto de entrada. Houve um mal entendido nas informações aqui no Brasil. Chegamos às duas horas da manhã de domingo para segunda-feira. Conseguimos tirar o visto às 14h da segunda-feira. Enquanto isso, sem dormir, perambulando de gabinete em gabinete no aeroporto, só com a língua árabe em destaque, e nós nada, e um pouco de inglês. Presenciamos e participamos de uma simulação de ataque de segurança que a polícia local fez dentro do aeroporto. Assistimos a tudo. Quando começávamos a nos irritar com a demora (12 horas) conseguimos o visto. Aí uma outra curiosidade: todo turista para entrar em Dubai precisa fazer um exame de vista (oftalmo), que é feito no próprio aeroporto, antes de entrar. Não entendi porque.

O Rachid, Ceo de uma grande empresa de Dubai, e amigo de meus filhos, nos recepcionou, com suas vestes brancas de muçulmano, com muito carinho. Tapete vermelho. Sentímo-nos muito bem. Sua esposa de vestes negras e cobertura negra na cabeça foi excelente anfitriã. Obviamente, tiramos os sapatos para jantar em sua casa. Começamos a visitar Dubai. As mulheres, nas ruas ou shoppings, quase sempre com vestidos negros até os pés e burkas no rosto.

Dubai parece uma cidade de ficção. Prédios fantásticos, a maioria com mais de 70 andares, plantados no meio do deserto. Subimos no prédio mais alto do mundo, inaugurado em janeiro de 2010, o Burj Khalifa, com 828 metros de altura, 163 andares, visto de até 95 km em torno, com hotel, escritórios,  residências e lojas. O elevador nos levou em segundos ao topo. No 124º andar há um mirante de onde se avista o deserto, o mar, os quarteirões planejados da cidade, o maior shopping do mundo, as ilhas artificiais etc. São 57 elevadores. Um espetáculo à parte lá de cima. Os prédios em baixo parecem minúsculos, e têm mais de 70 andares. A arquitetura é linda. No topo, os ventos podem chegar a 150 km por hora. Visitamos as Palms, extensão de terra colocada pelo homem sobre o mar, em formato de folhas, com dezenas de prédios e no final, junto ao mar, um lindo palácio onde mora o Sheik que governa Dubai.

A moeda local é o Dirham, que vale R$ 0,50. Visitamos o deserto, as dunas, andamos de camelo e voltamos impressionados com a bela cidade que se desenvolveu nos últimos 20 anos. Shoppings imensos. Era uma pequena e pobre cidade no meio do deserto. Grandes empresas lá estão. O nativo é valorizado. Só se abre uma grande empresa no local com a participação de um nativo no quadro associativo. O Sheik é adorado. Grande parte dos trabalhadores locais são indianos, cujo país está a poucas horas de Dubai.

Dubai está pra lá de Bagdá no Iraque, após Israel, da Faixa de Gaza, ao lado do Irã, com o seu polêmico programa nuclear, perto do Afeganistão, dos talibãs, e merece ser visitada. É algo diferente, contrastando com os conflitos e a violência da região.

Como conseguiram fazer tanto, embora sentindo a crise financeira do mundo, um país que destoa dos restantes vizinhos? Não foi só o petróleo. Com certeza há muitos outros fatores que levaram a esse crescimento.

Nos dois países nos impressionaram a segurança nas ruas e a não-violência urbana, bem como a gentileza de seus povos para com o turista.

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