Reflexões Sociais – por Milton Bigucci

Reflexões Sociais
por Milton Bigucci –  16 de agosto de 2010

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) nos mostrou que de 1975 para 2007, os 10% dos municípios mais ricos do país ficaram mais ricos e os 40% mais pobres, ficaram mais pobres. No Grande ABC o desenvolvimento foi bom, pois subiu 59% em termos reais, embora a participação do Grande ABC no PIB do país caiu 49,4% (caímos de 4,72% para 2,39%), mostrando evasão de produção. A primeira cidade foi São Caetano do Sul, que subiu 91,24%, e a última, Mauá, subindo apenas 12,52%.

Nesse mesmo período o PIB do Estado de São Paulo cresceu 143%, mas recuamos de 43,8% para 33,9% no bolo nacional.

A ONU nos aponta como o país com o terceiro pior índice de desigualdade social dos países emergentes e subdesenvolvidos, disputando, lado a lado, com Equador, Bolívia, Tailândia, etc.

É importante dizer que as classes sociais C e D no Brasil estão consumindo cada vez mais, colocando mais de 25 milhões de brasileiros no meio da pirâmide social. Empresas e marcas famosas, empreendedores estão dando chances a que, cada vez mais, pessoas possam usufruir dos financiamentos de viagens, uso pessoal de marcas famosas, habitações mais dignas e aquisição de eletrônicos. Segundo o economista Mendonça de Barros, nos próximos cinco anos a classe C terá uma demanda potencial por quase 1,5 milhões de habitações.

Infelizmente, dos 7 bilhões que habitam a Terra, mais de 1,5 bilhão vive em extrema pobreza e sofrem de desnutrição. Infelizmente, também o que mais se discute é desenvolvimento econômico dos países, quando o primordial deveria ser o social, com remanejamento de verbas para fazer os carentes viverem decentemente. Não prego o assistencialismo das Bolsas isto, ou aquilo, mas prego a vida com emprego e mais dignidade, diminuindo as desigualdades sociais. Todo empreendedor que produz e dá emprego, ajuda a diminuir essas desigualdades. Se ele der esmola, não está ajudando, está apenas enganando a sua consciência, tentando justificar ao mundo que é bonzinho.

Direitos humanos não se faz com esmola, faz-se com dignidade e emprego. As crianças que nascem em lares assistidos deveriam crescer sabendo que isto não é correto. O correto é saber que os pais lutam, trabalham e progridem. Só assim temos jovens mais fortalecidos e prontos para a vida. Nada cai do céu. Só a luta enobrece as pessoas e criam grandes homens e líderes. Um país precisa de gente criada com garra e trabalho, não com esmolas para a subsistência, mas é preciso dar condições para que haja emprego.

É preciso repensar os fundamentos sociais, não dando o peixe, mas ensinando o povo a pescar.

 

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