Lar Escola Pequeno Leão: 30 anos de luta – por Milton Bigucci

Lar Escola Pequeno Leão: 30 anos de luta
por Milton Bigucci – 7 de outubro de 2011

Recentemente, dia 8 de outubro de 2011, o Lar Escola Pequeno Leão (entidade de acolhimento para crianças e adolescentes em situação de risco), comemorou 30 anos de fundação. Tive a honra de ser o idealizador do Lar.

A ideia surgiu em 1972, quando era presidente do Lions Clube Rudge Ramos e consegui conscientizar os companheiros para fazer uma obra social para menores carentes no ABC. De tanto insistir com o prefeito Aldino Pinotti, ele pediu ao Dr. Newton Barbosa, que era o secretário de obras à época, que me levasse para ver um terreno na Rua Francisco Visentainer, 610, no Bairro Assunção. Fomos ao local (onde até hoje está o Lar Escola Pequeno Leão) e o secretário me perguntou se aquele terreno servia. Nesses cinco segundos para responder, fiquei com medo, emoção e muita alegria. Foi um teste de Deus. Serve, respondi. E assim começou o desafio.

Em 5 de dezembro de 1972, através da Lei Municipal nº 2.013, foi feita a doação do terreno de 12.319,68m², no Bairro Assunção, para o Lions Clube Rudge Ramos. Na ocasião, a Câmara Municipal de São Bernardo aprovou a doação, com uma emenda do vereador Lenildo Magdalena, obrigando o Lions Clube a erguer pelo menos um pavilhão no local, dentro de um ano.

A escritura foi assinada em 29/05/1973, já pelo prefeito Geraldo Faria Rodrigues. Em 16/06/1973 foi lançada a pedra fundamental da obra, com a presença de inúmeras autoridades, e o primeiro pavilhão construído no primeiro ano da doação. Em 08/10/1981 foi constituída a assembleia de fundação do Lar Escola Pequeno Leão, no mandato de Roberto Cecília na presidência do Lions Clube Rudge Ramos.

Dez anos depois de construir esse modelo de obra, no dia 08/10/1983, abrimos as portas do Lar Escola Pequeno Leão.

Em 22/10/1983 recebemos o primeiro garoto, Emerson, 7 anos, já no meu segundo mandato como presidente do Lions Clube de Rudge Ramos. Apenas para lembrar nesta mesma data, em 1978, foi coroado o Papa João Paulo II. E a partir de então, começaram a chegar mais e mais crianças.

Depois da obra pronta, tudo pareceu fácil e simples. Muitos amigos nos ajudaram. Entre as empresas, a Itapuã Construtora, dos dr. Enio Monte e dr. Szymon Goldfarb, dos mestres de obras, Herminio Maluta e Alcides Paco. Só com amor, amizade e dedicação podemos combater os vícios e males do mundo.

Em 1984, Sueli Pioli Bigucci, que se dedicou e trabalhou muito com os primeiros garotos dessa obra, disse “Perdão e altruísmo andam lado a lado. Se Deus colocou essas crianças a nossa frente é porque temos uma missão a cumprir.”

Coincidentemente, estive na Itália, Turim, na Copa do Mundo de Futebol em 1990 junto com seu filho Junior e tive oportunidade de visitar o Warley (Dudu) cujo pai que o adotou era um fiscal de ônibus. Um lar verdadeiro. Estava muito feliz, só falando italiano.

Vitória Siqueira, Valdinéia Cavalaro, Olga Prata tiveram também atuações de destaque no Lar Escola Pequeno Leão. O Fiori Gigliotti e o Beline (ex-campeão do mundo de futebol) também ajudaram nos eventos. O Lar Escola Pequeno Leão é uma das grandes realidades de trabalho consciente e dedicado.

Palavras do Manoelzinho hoje com 38 anos, que foi um dos acolhidos em 1983, cuja mãe morreu e o pai desapareceu, “O tio Milton Bigucci iniciou um sonho lindo do amanhã e quem faz o amanhã somos nós, assim vos cabe ter esse amanhã em uma linda realidade”. Hoje Manoelzinho é um homem de destaque tendo trabalhado na Glasurit, na Detroit Seguros.

Cada garoto desses é uma eterna gratidão. Nada paga esta alegria de ver o dever cumprido.

A nossa homenagem a todos que ajudaram nessa obra e continuam ajudando. Sejam felizes com Deus.

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