Empresas familiares – por Milton Bigucci

Empresas familiares 
por Milton Bigucci – 21 de agosto de 2013

Como eu gosto de escrever, alguns amigos tem me pedido para escrever algo sobre empresas familiares, pois grande parte das micros e pequenas empresas do país são tocadas pelos pais com a ajuda dos filhos. No meu exemplo são quatro filhos e dois sobrinhos que comandam e bem. A empresa dobrou, triplicou o seu faturamento nos últimos anos, graças à competência diretiva dos seis e ao mercado.

É preciso sempre inovar e não perder o foco. Deve, cada membro que for trabalhar na empresa, começar cedo. Por que não de office-boy? Conosco foi assim. Os seis foram office-boys. Aprenderam quase tudo em todas as áreas, em um rodizio de departamentos, até que aflorasse a tendência de cada um e o local certo para trabalhar. Estudaram sempre. Todos têm cursos superiores, alguns com dois. Trabalho, estudo, disciplina e garra são os pavios do sucesso.

Quando jovens, devem se fazer respeitar para não perder a disciplina e o futuro comando. Sempre com humildade. Não pode ser o filho do patrão, tem que ser competente e humilde, ganhar a confiança dos demais empregados, deve ganhar bem pelo que fazem para cuidar das suas famílias, e cumprir horário desde cedo. A passagem do comando de uma empresa familiar é uma das etapas mais importantes.  Nunca misture problemas familiares com os profissionais. Nunca. Os laços afetivos nunca podem se sobrepor a gestão da empresa. Esta é mais importante. Tem hora para tudo: para a família e para a empresa. De onde sai o leite não pode haver fracasso nem desunião. Todos devem produzir para o bem próprio e de suas próprias famílias. Cada um com a sua.

Normalmente a empresa familiar é vista com o dono à testa, e a clientela respeita. Os novos comandantes devem ir assumindo gradualmente, para que os clientes não sintam a aposentadoria do “cabeça” e continuem comprando. O patriarca só deve parar de trabalhar quando sentir que não é mais útil ou que esteja atrapalhando. Nunca permita que os familiares que estão fora da empresa deem palpites. Quem está fora desconhece os meandros dos negócios e pode palpitar errado. A tradição deve ser mantida mas inovar a empresa é necessário. Uma gestão estagnada é fadada ao fracasso da empresa. Deve-se procurar novos locais, novos produtos, melhoria da qualidade e preços mais competitivos, não se pode dormir em berço esplendido, pois a preguiça e a acomodação são o caminho para o fracasso, enquanto o trabalho, a escolaridade e a inovação são o caminho para a manutenção do sucesso.

E quando vier a terceira geração? Os netos. A meu ver, deve ser mantido o ciclo, trabalho cedo e estudo. Alguns irão para outras empresas ou carreiras, porém a gestão da empresa deve ser preservada.

Administrar uma empresa familiar é uma arte e só com sabedoria e bom senso se consegue. Não é fácil. Por isso muitas fecham na terceira geração. Algumas na segunda. Cabe a cada membro familiar zelar pela próxima geração. Educá-la, discipliná-la e tornar a empresa mais forte.

É assim que eu vejo.

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