2021 – Ano dos meus 80 anos

Neste ano comemoro os meus 80 anos de vida. Graças a Deus, bem vividos, com muita garra, trabalho e otimismo. Já passei da expectativa de vida do IBGE de 2018, que é de 76,3 anos para os brasileiros, sendo 79,9 para as mulheres e 72,8 anos para os homens. Na década de 1940 quando nasci, a expectativa de vida era de 45,5 anos, sendo 48,3 para as mulheres e 42,9 anos para os homens. 

Obviamente que o número de idosos no Brasil está aumentando. Em torno de 2030, o número de pessoas acima de 60 anos vai superar o de menores de 15 anos de idade.

Dizem as entidades que estudam a geriatria que hoje as pessoas de 65 anos têm a capacidade física de alguém com 45 anos, de 30 anos atrás. O início da velhice no Brasil deveria passar de 65 para 70 anos de idade. A Itália fez isso, mudou o conceito de idosos para 75 anos. Nas políticas públicas é preciso mudar também, construindo menos creches e mais lares de idosos.

E o que é preciso fazer para chegar bem à velhice?

Primeiro, viver com otimismo e levar uma vida saudável, com atividades físicas e mentais, agregando os familiares, filhos e netos, ampliando os amigos e a nossa rede de relacionamento. Sempre participando de entidades comerciais como a ACSP; de construtores como a ACIGABC, que fundei em 26 de julho de 1988, o Secovi e o SindusCon-SP; entidades sociais e esportivas como a AAPM (Associação dos Amigos da Polícia Militar), o CAY (Clube Atlético Ypiranga) e a SAJA (Sociedade Amigos do Jardim Acapulco); profissionais como a OAB e o CRECI e literários como a Academia de Letras da Grande São Paulo, de qual faço parte como membro (cadeira n°5 de Lima Barreto).  Participo de todas.

Segundo, parar de reclamar, mudando suas atitudes, excluindo o negacionismo. Procure nunca começar o dia desanimado ou triste. Problemas todos temos. Veja sempre o lado bom das coisas.

Se continuar neste ritmo, em 2050 uma a cada cinco pessoas terá mais de 65 anos de idade, e meio milhão de pessoas terão mais de 80 anos de idade. A maior expectativa de vida no mundo é no Japão com 84,4 anos de vida.

Não podemos ver as pessoas velhas como imprestáveis ou um peso para os mais jovens. A experiência e a sabedoria valem. E muito. Não são um fardo, são um exemplo a ser seguido. Os idosos, como os doentes, precisam de apoio e estímulo. Como o jovem deverá chegar lá, é preciso que ele procure apoiar e respeitar os mais velhos. Os jovens que assim agem, vivem melhor e mais, sem depressão e diminuindo os riscos de eventual Alzheimer.

A velhice é apenas uma fase da vida, vamos respeitá-la, porque ela nos espera. Envelhecer faz parte do processo de viver, então vamos fazê-lo bem e com alegria. Um dia você chegará lá, se Deus quiser.

As pessoas só morrem quando param de respirar e deixam de amar a natureza. Há velhos, no entanto, que só se lamentam e ou se consideram com o dever cumprido – por ter criado uma família e formado os filhos – e param de viver como se estivessem aguardando a morte. Como diz meu amigo Claudinei Luiz: “Pare de morrer à prestação (um pouco por dia) e deixe para morrer à vista. Seja eterno enquanto viver. Aproveite a vida.”

Felizmente não é assim que eu vivo. Trabalho desde os 9 anos de idade e continuo produzindo, me divertindo, estudando, lendo, fazendo palestras, conversando com os amigos e familiares e transmitindo otimismo. Continuo vivendo, embora já com o dever cumprido. Mesmo com a pandemia assolando o mundo, nunca parei de trabalhar, diariamente no escritório. Constatei em março de 2020, através de exame de sangue, que havia pego COVID-19, assintomático. Nunca senti nada. Tomei as duas doses da vacina Coronavac, contra a pandemia. E assim segui.

Na minha vida empresarial acho que sou um vitorioso, meus filhos seguem os mesmos passos. Os educamos para serem felizes, sem brigas ou conflitos.

Procuro administrar a família, com conselhos, quando me pedem, sem interferir na autonomia das suas vidas. Cada um tem sua casa e seu sistema de vida. Poucas visitas, pois só de aniversários já são dezenas por ano. Estamos todos juntos. Somos em 39 pessoas. Nunca brigamos. Somos muito unidos

Continuo praticando trabalhos sociais há mais de 4 décadas, como o Lar Escola Pequeno Leão com dezenas de crianças e adolescentes vulneráveis acolhidos, que fundei em 8 de outubro de 1981; o CAMPI (Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro do Ipiranga), que fundei em 28 de outubro de 1980, por onde já passaram mais de 11 mil jovens; o Big Riso, programa de voluntariado entre nossos colaboradores que se transformam em palhaços para alegrar crianças com câncer nos hospitais públicos, foi criado por minha filha Roberta em 8 de novembro de 2004 e já beneficiou mais de 12 mil pessoas entre visitas aos hospitais e ações extras. Tudo gratuitamente.

Graças a Deus, dou centenas de empregos e jogo o meu futebol. Cresci e criei a minha família, dedicada ao trabalho, produzindo doze horas por dia. Filhos formados em uma ou duas faculdades, netos estudando e trabalhando também, com muito orgulho e amor. Sempre acompanhado da minha mulher, Sueli, com sacrifício e dedicação de todos. Não trabalho apenas para ganhar dinheiro, não sou apegado a coisas materiais, trabalho para ser feliz e os meus também. Vivo com alegria.

Acho que construí um legado pessoal e profissional de otimismo, incentivo, respeito e dedicação. Continuo sonhando em construir uma sociedade mais justa, com todos sendo responsáveis, buscando a justiça social, ajudando no desenvolvimento do país e do ser humano, isso há mais de 6 décadas. Vamos continuar trabalhando e produzindo, se Deus quiser. Hoje já são mais de 400 empreendimentos da MBigucci, onde moram cerca de 30 mil pessoas.

O que deixamos de lições e exemplos para as futuras gerações é o que vale. O foco são as pessoas e fazer o bem.

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